"A ideia de "desprofissionalizar" os docentes, que perpassa do texto de Vital Moreira, não é nova. Encontra-se, por exemplo, nas recomendações do Banco Mundial e subjaz a muitas medidas impostas pela actual equipa ministerial. Essa é, aliás, questão central para os teóricos do neoliberalismo: por um lado, porque o grande mercado da Educação, que pretendem controlar, será mais lucrativo se as despesas com os trabalhadores forem reduzidas; por outro, porque "funcionarizar" os professores, transformando-os em zelosos cumpridores de circulares e despachos internos e meros transmissores de conhecimentos e competências técnicas (limitando a sua função às vertentes cognitiva e prática), retira à Escola qualquer incursão por domínios como o dos valores, o do exercício da cidadania, entre outros, que são fundamentais para a formação cívica dos futuros cidadãos. Concentrar esforços na reprodução de trabalhadores bem apetrechados tecnicamente, mas nulos no que respeita à sua intervenção cívica, é objectivo primacial do neoliberalismo. Sem ignorar esta vertente, uma Escola Pública verdadeiramente Democrática não pode desvalorizar a outra."
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Mário Nogueira fez chegar ao "Público" este texto que, contudo, não foi publicado pela direcção do jornal.
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