Ele é como Blair, mas com mais sangue na guelra. Ela... é como ela mesma, porque na política nenhuma mulher se parece com outra. Há quem lhe chame a mamã de ferro. Sarko e Sego são as personagens do dia. Um deles chegará ao Eliseu. Com eles a França diz hoje adeus aos seus mamutes da política, esses próceres que pareciam feitos para transportar o peso do Estado sobre os ombros.
Ambos são actores de primeira, de grande impacto mediático. Ele é aristocrata e judeu. Arrogante e eléctrico, resoluto e ambicioso, esperto e sedutor. Tem um ego como um piano. Ela é fria e ordenada, peculiar e obstinada, elegante e um pouco indolente. Com o seu sorriso límpido que mais parece um resquício de timidez trazida da infância. Diz-se que teve uma infância austera, vestindo sempre os trajes herdados das irmãs, o que fez dela a mulher sóbria que é hoje. Por alguma razão teimou em não seguir os conselhos dos seus assessores de imagem...
Sarkozy e Ségolène partilham alguns detalhes biográficos. Quando eram novos, ambos se opuseram ao respectivo progenitor. O pai de Ségolène era coronel de artilharia que quis construir uma família à imagem e semelhança da família castrense (teve oito filhos). Quando Ségolène tinha 19 anos perguntou ao pai porque negava o divórcio à mãe e não lhe pagava a pensão. Paul Sarkozy, pai do líder da UMP, saiu do Leste fugindo do exército vermelho e instalou-se em França, onde contraiu matrimónio com a filha de um judeu sefardita (Paul era asquenazi). Também ele se despediu à francesa — embora fosse húngaro — e, tal como Ségolène, o jovem Nicolas teve que enfrentar o pai nos tribunais por não pagar a pensão alimentar. Paul nunca apoiou o filho nas suas aspirações políticas. Bem pelo contrário, fartou-se de lhe dizer que nunca seria aceite por não ter pedigri francês. “Para isso, tens que ir para os Estados Unidos”, repetia constantemente. Pelos vistos, Paul Sarkozy equivocou-se.
Uma coisa é certa: bisbilhotices à parte, os franceses estão fartos da crise política que começou com as eleições presidenciais de 2002 e continuou com o referendo ao Tratado Constitucional e as mobilizações do ano passado contra o CPE. A desconfiança é aguda e a confusão generalizada.
O futuro dirá, no rescaldo do acto eleitoral de hoje, se se tratou de um drama eleitoral tradicional ou de uma tragédia política.
Ambos são actores de primeira, de grande impacto mediático. Ele é aristocrata e judeu. Arrogante e eléctrico, resoluto e ambicioso, esperto e sedutor. Tem um ego como um piano. Ela é fria e ordenada, peculiar e obstinada, elegante e um pouco indolente. Com o seu sorriso límpido que mais parece um resquício de timidez trazida da infância. Diz-se que teve uma infância austera, vestindo sempre os trajes herdados das irmãs, o que fez dela a mulher sóbria que é hoje. Por alguma razão teimou em não seguir os conselhos dos seus assessores de imagem...
Sarkozy e Ségolène partilham alguns detalhes biográficos. Quando eram novos, ambos se opuseram ao respectivo progenitor. O pai de Ségolène era coronel de artilharia que quis construir uma família à imagem e semelhança da família castrense (teve oito filhos). Quando Ségolène tinha 19 anos perguntou ao pai porque negava o divórcio à mãe e não lhe pagava a pensão. Paul Sarkozy, pai do líder da UMP, saiu do Leste fugindo do exército vermelho e instalou-se em França, onde contraiu matrimónio com a filha de um judeu sefardita (Paul era asquenazi). Também ele se despediu à francesa — embora fosse húngaro — e, tal como Ségolène, o jovem Nicolas teve que enfrentar o pai nos tribunais por não pagar a pensão alimentar. Paul nunca apoiou o filho nas suas aspirações políticas. Bem pelo contrário, fartou-se de lhe dizer que nunca seria aceite por não ter pedigri francês. “Para isso, tens que ir para os Estados Unidos”, repetia constantemente. Pelos vistos, Paul Sarkozy equivocou-se.
Uma coisa é certa: bisbilhotices à parte, os franceses estão fartos da crise política que começou com as eleições presidenciais de 2002 e continuou com o referendo ao Tratado Constitucional e as mobilizações do ano passado contra o CPE. A desconfiança é aguda e a confusão generalizada.
O futuro dirá, no rescaldo do acto eleitoral de hoje, se se tratou de um drama eleitoral tradicional ou de uma tragédia política.
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